Mais da metade da população mundial — um contingente de 3,9 bilhões pessoas — ainda não tem acesso à Internet, apesar da queda nos preços dos serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC), revelou a União Internacional de Telecomunicações (UIT) nesta sexta-feira (22/07). A maior parcela dos “sem acesso” (2,5 bilhões) vive em países em desenvolvimento.
No que se refere à penetração do acesso à Internet, o estudo ICT Facts & Figures (clique aqui para ver a íntegra da pesquisa – em PDF) mostrou uma gritante diferença entre os países. Enquanto a taxa é de 81% nas nações desenvolvidas, nas em desenvolvimento a taxa cai para 40% e para 15% nos países menos desenvolvidos (LDCs, na sigla em inglês para least developed country).
A expectativa da UIT é que a penetração Internet banda larga fixa alcance 12 de cada 100 habitantes do planeta no fim deste neste ano, tendo Europa (30 por 100 habitantes com assinatura do serviço), América (18,9) e Comunidade dos Estados Independentes (15,4) as taxas mais altas. Na comparação com base no desenvolvimento dos países, os mais desenvolvidos devem fechar 2016 tendo 30,1% de seus habitantes com assinatura de Internet banda larga fixa, mais que o triplo dos 8,2% dos países em desenvolvimento e 0,8% dos LDCs.
O estudo revelou que o alto crescimento do acesso à Internet na China tem sido puxado pelo avanço da Internet banda larga fixa na Ásia-Pacífico, região cuja penetração de assinantes deve passar de 10% no fim deste ano. Por outro lado, a penetração do acesso à banda larga fixa na África e nos países menos desenvolvidos (LDCs) deve permanecer abaixo de 1%. Nos países árabes, a taxa esperada é de 4,8%.
Com relação à telefonia móvel, o estudo mostrou que 7 bilhões de pessoas (95% da população global) vivem em áreas cobertas com redes de celular (2G ou mais), sendo 84% com acesso à banda larga móvel — na área rural, o porcentual cai para 67%. Na avaliação da UIT, as redes de quarta geração (LTE) expandiram-se rapidamente nos últimos três anos, chegando a cobrir 4 bilhões de pessoas (53% da população mundial).
Nos países em desenvolvimento, o número de assinantes de banda larga móvel continua a crescer a uma taxa de dois dígitos, tendo alcançado penetração de 41%. O número total de assinantes no mundo é esperado chegar a 3,6 bilhões no fim de 2016.
Sem especificar a tecnologia, o estudo mostrou que metade dos lares do planeta tem acesso à Internet — no continente americano, o índice é de dois terços dos lares.
Preços e velocidades
O ICT Facts & Figures, da UIT, também comparou os preços dos serviços de Internet e apontou para uma queda nos valores desde 2013. Apenas cinco países menos desenvolvidos (LDCs) haviam conseguido baixar os valores para tornar o acesso à Internet mais acessível no fim de 2015 — uma meta estabelecida em 2011 pela Broadband Commission for Digital Development.
A entidade mede os valores em PPP$, sigla para paridade do poder de compra. Por este índice, os serviços de banda larga móvel tornaram-se mais acessíveis que os de banda larga fixa. De acordo com o estudo, plano básico de banda larga fixa custa duas vezes mais que o da banda larga móvel. Nos países menos desenvolvidos, os serviços de banda larga fixa custam, em média, três vezes mais que os de banda larga móvel.
Na comparação dos preços ofertados, quanto mais desenvolvidos os países são, menos os planos custam. Para os serviços moveis, enquanto nos países desenvolvidos o preço é de PPP$ 15,9, nos em desenvolvimento quase dobra chegando a PPP$ 30,8, um montante parecido com os PPP$ 39.9 dos LDCs. Na banda larga fixa, as diferenças são maiores: PPP$ 27,8 nos desenvolvidos; PPP$ 67,3 nos em desenvolvimento e PPP$ 134 nos LDCs.
As diferenças entre as nações permanecem no que tange à velocidade da Internet. No início deste ano, três em cada quatro assinantes de banda larga fixa tinham conexão superior a 10 Mbps nos países desenvolvidos, enquanto a média cai para dois em cada quatro assinantes nos países em desenvolvimento. Nos países menos desenvolvidos, penetração de banda larga fixa continua muito baixa e apenas 7% dos assinantes contam com velocidades superiores a 10 Mbps.
Fonte: Convergencia Digital